terça-feira, 9 de agosto de 2011

dicas úteis para iniciantes em musculação

Você é um iniciante em musculação, e agora está cheio de expectativas. O seu objetivo principal é apenas se livrar da indesejada gordura para ficar mais atraente e mais jovem? Ou você está interessado em fisiculturismo competitivo? Independentemente do objetivo a alcançar, praticar musculação é bom para todos

iniciantes em musculação Dicas Para Iniciantes na Musculação
Seja realista. Defina suas metas e corra atrás. Para ver mudanças significativas na forçae no corpo leva tempo, provavelmente dois a três meses. Você vai precisar de persistência e dedicação.
- Não há nenhum programa que sirva para todos. Cada pessoa tem diferentes corpos,motivações, desejos e potenciais genéticos, portanto, cada um deve fazer seus próprios ajustes na elaboração de seu programa de alimentação e treino.
- Consulte seu médico caso tenha mais de 40 anos e lesões anteriores.
Se você é mesmo um iniciante em musculação (significa que você nunca levantou nada mais pesado do que um hambúrguer), você poderia começar com exercícios sem peso na primeira semana, como flexões, barras, abdominais, agachamento somente com o peso do corpo, entre outros. Dessa forma, seu corpo vai se acostumando com exercícios mais pesados.
Depois, peça ao instrutor para montar seu treino, que não deve ser muito pesado nas três primeiras semanas. Eu sei que no começo temos um pouco de pressa para ver os resultados, porém um período de adaptações é necessário e evita lesões.
Prefira executar os exercícios de forma correta a pegar um pouco mais de peso e fazer errado. Eu sei que muitos fisiculturistas “roubam” um pouco em suas séries, pois sentem que pegando mais peso crescem mais, porém deixe para fazer isso quando ficar um pouco mais experiente. Pegando mais peso do que aguenta, além de lesionar os músculos, podem acontecer acidentes, como uma barra de supino presa no seu peito. Se não tiver certeza se aguenta o peso que está colocando no exercício, peça para alguém ficar de olho e te ajudar caso haja falha do músculo.
Bons Treinos.

ANDREIA CAETANO 
PIUMHI/MG

quinta-feira, 14 de abril de 2011

AVC

AVC (acidente vascular cerebral) tem vários nomes: o mais correto é AVE (acidente vascular encefálico), mas também pode ser chamado de infarto cerebral, isquemia cerebral, trombose cerebral ou o popular derrame cerebral.

AVC - TrombosePara entender o AVC, é preciso conhecer 4 conceitos básicos:

Trombo = É um coágulo de sangue que se localiza dentro dos vasos sanguíneos, aderido a parede do mesmo, obstruindo a passagem de sangue. A obstrução pode ser parcial ou total. Quando o vaso é obstruído por um trombo, damos o nome de trombose.

Êmbolo = É quando um trombo se solta e viaja pela corrente sanguínea até encontrar um vaso com calibre menor do que o próprio êmbolo, ficando preso e obstruindo a circulação do sangue. Quando um vaso é obstruído por um êmbolo, estamos diante de uma embolia. Um exemplo comum é a embolia pulmonar (leia: EMBOLIA PULMONAR)

Isquemia = É a falta de suprimento de sangue para algum tecido orgânico. Toda vez que a circulação de sangue não é suficiente para o funcionamento das células, ocorre a isquemia. É um processo reversível se tratado a tempo.

Infarto = É a morte das células por uma isquemia prolongada. Ocorre em geral por obstrução da artéria por um trombo ou por um êmbolo. O infarto mais conhecido é o do miocárdio (músculo do coração), mas ele pode ocorrer em qualquer tecido ou órgão (leia: SINTOMAS DO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO E ANGINA).







O AVC então, nada mais é que um infarto de uma região do cérebro, causado por um trombo que se forma em uma artéria cerebral, ou por um êmbolo formado em algum lugar do corpo que viaja na corrente sanguínea até se alojar em uma artéria do cérebro.

Repare na vascularização do nosso cérebro (vasos em azul). Qualquer um desses vasos se obstruídos causam isquemia e consequentemente um AVC.

O mecanismo da trombose cerebral é o mesmo do infarto do coração. A diferença é que um ocorre em artéria do cérebro e o outro em uma artéria coronária.
AVC - Vascularização do cérebro
Vascularização do cérebro
Pessoas com colesterol elevado, apresentam deposição do mesmo na suas artérias em forma de placas de gordura. É em cima dessas placas que os trombos se desenvolvem.

O AVC causado por um êmbolo normalmente tem origem do coração, mais especificamente do átrio esquerdo. Uma arritmia cardíaca chamada fibrilação atrial é a principal causa de embolia cerebral. O átrio quando está fibrilando não bate corretamente. Com isso, o sangue dentro dele fica parado, o que favorece a coagulação e a formação de trombos dentro do coração (Leia: PALPITAÇÕES, TAQUICARDIA E ARRITMIAS CARDÍACAS para entender melhor o conceito de arritmia)

Na foto abaixo podemos ver o trombo (ponto preto) se tornando um êmbolo ao sair do coração, ganhar a artéria carótida e se alojar em uma artéria cerebral, obstruindo a chegada de sangue para uma região do cérebro.

AVC - Fibrilação atrial e embolia cerebral
Acidente vascular cerebral causado por êmbolo cardíaco

Além da trombose e da embolia existe um terceiro tipo de infarto cerebral. É o causado por uma parada cardíaca ou um estado de choque circulatório prolongado (leia:SAIBA O QUE É CHOQUE CIRCULATÓRIO). Este tipo de acidente vascular cerebral é o mais grave pois a falta de circulação sanguínea apropriada faz com que todo o cérebro sofra isquemia e não apenas uma região como nos AVCs causados por trombo ou êmbolo.

Pacientes com parada cardíaca prolongada costumam sofrer danos irreversíveis no cérebro. 3 minutos de parada cardíaca, sem atendimento médico, já provocam lesões cerebrais graves. A partir do quinto minuto a chance de morte cerebral é próxima de 100%. Mesmo quando iniciam-se rapidamente as manobras de ressuscitação (massagem cardíaca) existe um limite de tempo para sobrevivência do cérebro. Poucos são os casos que evoluem bem após mais de 10 minutos de ressuscitação sem resposta.

Esses 3 tipos de infarto cerebral são chamados de AVC isquêmico, pois o mecanismo que leva ao infarto é uma isquemia, seja por trombo, êmbolo ou choque circulatório.

Os principais fatores de risco para o acidente vascular isquêmico são:

- Idade avançada
- Diabetes (leia: DIAGNÓSTICO E SINTOMAS DO DIABETES MELLITUS)
- Cigarro (leia: COMO E PORQUE PARAR DE FUMAR CIGARRO)
- Hipertensão (leia: SINTOMAS E TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO)
- Colesterol alto (leia: COLESTEROL BOM (HDL) E COLESTEROL RUIM (LDL))
- Obesidade (leia: OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA)
- Fibrilação atrial

O AVC é um quadro tipicamente de pessoas acima dos 50 anos com os fatores de risco listados acima, mas pode ocorrer em jovens que tenham alterações na coagulação sanguínea ou doenças inflamatórias dos vasos, como por exemplo, anticorpo antifosfolipídio, fator V de Leiden, Lúpus ou vasculites (leia: LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO e SAIBA O QUE É VASCULITE).

AVC hemorrágico

Além do AVC isquêmico, responsável por até 85% dos casos, existe ainda o AVC hemorrágico, causado pela ruptura de uma vaso do cérebro e consequente sangramento intracraniano. Em geral, o AVC hemorrágico ocorre por uma fraqueza da parede de uma artéria cerebral.

As principais causas de AVC hemorrágico são:

AVC hemorrágico
AVC hemorrágico

- Hipertensão
- Tabagismo
- Uso de medicamentos que inibem a coagulação como heparina e varfarina (leia: INTERAÇÕES COM A VARFARINA) 
- Traumas.
- Aneurismas (leia: O QUE É UM ANEURISMA ?)
- Mal formações dos vasos cerebrais
- Vasculites

O AVC hemorrágico costuma ser um quadro mais dramático que o AVC isquêmico por atingir quase sempre uma área cerebral maior.

O crânio é como se fosse uma caixa fechada e não tem a capacidade de se expandir. Quando há hemorragias grandes, o sangue que vaza para o cérebro começa a comprimi-lo em direção a calota craniana, contribuindo ainda mais para lesão cerebral e risco de morte.

Existem 2 tipos de AVC hemorrágico: Hemorragia intracerebral e hemorragia subaracnóide. A primeira, como o próprio nome diz, ocorre quando o sangramento se localiza dentro do cérebro. Já a hemorragia subaracnóide ocorre quando o sangramento se dá entre o cérebro e a meninge (membrana que cobre o cérebro). Leia SINTOMAS DA MENINGITE para entender melhor melhor o conceito de meninge.






Agora que você já entendeu o que é um AVC, vamos à parte mais importante que é o quadro clínico.

Sintomas do AVC

Os sintomas do AVC dependem da área do cérebro atingida. Quanto maior a área, em geral, mais grave é o quadro. Infartos pequenos em áreas nobres também são graves. Os sintomas mais comuns são:

- Paralisias motoras, normalmente em apenas um lado do corpo
- Diminuição a força em um membro ou em todo um lado do corpo
- Perda de equilíbrio com incapacidade de se manter em pé e dificuldade para realizar tarefas simples como apertar um botão, ligar a luz ou levar um copo ou garfo a boca.
- Alterações na marcha. 
- Dificuldades na fala e boca torta
- Alterações na musculatura da face ou desvio dos olhos.
- Alterações visuais como visão dupla, cegueira parcial ou total
- Desorientação, comportamento estranho ou discurso incoerente de início súbito
- Diminuição do estado de consciência
- Crise convulsiva
- Coma (leia: COMA INDUZIDO)
- Morte

A diminuição de sensibilidade e/ou formigamento isolado em um dos membros ou apenas em parte deles é em geral causada por lesões nos nervos periféricos ou na coluna, e não por um AVC. Acidente vascular cerebral costuma causar paralisias e diminuição de força.

Quadros de ansiedade e histeria podem simular um AVC, porém, na maioria absoluta das vezes são facilmente distinguidas pelo médico pelo fato dos sintomas não seguirem um lógica do ponto de vista da anatomia do sistema nervoso central. O que para o paciente e sua família pode ser um evento com toda cara de AVC, para o médico é claramente um quadro histeria.

O acidente vascular cerebral não causa dor, exceto por uma excruciante dor de cabeça que pode ocorrer nos casos de AVC hemorrágico (leia: DOR DE CABEÇA).

Até 1/3 dos derrames ocorrem durante o sono e o paciente só nota alteração ao acordar.

Ataque isquêmico transitório

O ataque isquêmico transitório, conhecido como AIT, ocorre quando os sintomas do AVC desaparecem com menos de 24 horas após o seu início. O AIT é um derrame incompleto, que ocorre quando a isquemia consegue ser revertida espontaneamente antes que ocorra o infarto da região acometida.

Quem teve um AIT apresenta elevado risco de apresentar um AVC futuramente e deve ser seguido de perto por um neurologista. 

AGORA, A INFORMAÇÃO MAIS IMPORTANTE DO TEXTO:

Existe uma classe de medicamento chamada de trombolítico, que dissolve trombos e êmbolos e restaura a circulação cerebral, acabando com a isquemia e impedindo a ocorrência de infarto. Porém, ele só tem efeito nas primeiras 3 horas do AVC, sendo que seu efeito melhor é se administrado na primeira hora e meia.

Os últimos trabalhos têm demonstrado benefícios dos trombolíticos, sem aumento de riscos, até 4,5 horas após o início dos sintomas.

Ao primeiro sinal de AVC o paciente deve ser levado imediatamente a uma emergência para que se tenha tempo de salvar a área cerebral isquemiada.

Portanto, a pior coisa que se pode fazer quando surgem sintomas de AVC, é esperar para ver se o quadro vai melhorar sozinho. Se há suspeita de derrame durante a madrugada, não se deve esperar amanhecer para levar o paciente ao hospital. Se não houver carro disponível, chame uma ambulância imediatamente.

Não se auto-medique e não espere para ver se os sintomas irão desaparecer. Se houver dúvidas em relação ao momento exato do início do sintomas, leve o paciente assim mesmo a um setor de emergência e deixe os médicos avaliarem a indicação ou não do trombolítico.

Nunca deixe o paciente com suspeita de AVC conduzir o carro. O quadro pode evoluir e um grave acidente pode ocorrer.

Os trombolíticos só estão indicados no AVC isquêmico. NÃO SE USA TROMBOLÍTICOS NO AVC HEMORRÁGICO. O diagnóstico diferencial entre esses dois tipos de AVC é feito através da tomografia computadorizada do cérebro.

Aqui na emergência em que eu trabalho, existe um protocolo de atendimento, no qual todo paciente que chega com suspeita de AVC com menos de 3 horas de evolução, ganha prioridade absoluta em todo hospital. É destacada uma equipe especial só para atendê-lo e ele passa a frente de qualquer paciente na fila para exames de sangue e para a tomografia computadorizada. Tudo para que não se perca essa janela de 4,5 horas.


ANDREIA CAETANO PIUMHI/MG

dor de cabeça,

Apesar de muito comum, as pessoas sabem muito pouco sobre as cefaléias e pensam que todas são iguais. Na verdade, existem várias causas para dor de cabeça. A grande maioria é benigna e 90% são causados por uma dessas 3 síndromes.

Enxaqueca (migrânea)
Cefaléia tensional
Cefaléia em salvas

Entre as causas graves de dor de cabeça, menos de 10% dos casos, destacam-se:

- Tumores cerebrais
- Aneurismas
- AVE hemorrágico
- Arterite temporal
- Trombose venosa cerebral
- Meningite

Ainda existem as cefaléias relacionadas a sinusite e a problemas de coluna.

Ao contrário do que se imagina, problemas de visão como miopia, hipermetropia e astigmatismo não são causas comuns de cefaléia. Também é lenda a associação entre cefaléia crônica e problemas no fígado. 

1.) ENXAQUECA (também chamada de migrânea)

Ao contrário do que muita gente pensa, enxaqueca não é o termo para cefaléia de grande intensidade. Enxaqueca é um tipo específico de dor de cabeça.
Dor de cabeça - enxaqueca
Enxaqueca
Caracteriza-se por ser unilateral (70% dos casos), pulsátil, de inicio gradual, costuma atingir grande intensidade, piora com luz forte e barulho, pode vir acompanhada de náuseas, vômitos ou tonturas. As dores normalmente pioram à movimentação de cabeça e ao esforço físico. Também é comum a hipersensibilidade do couro cabeludo, causando dor com uma simples escovação dos cabelos. As crises podem durar de 4h até 72h.

A enxaqueca é 3x mais comum em mulheres, ocorre principalmente entre os 20 e 40 anos e costuma ser hereditário. Pessoas obesas apresentam maior incidência. As crises podem ser tão frequentes a ponto de aparecerem mais de 4x por mês.

20% dos pacientes apresentam um sintoma que é característico da enxaqueca, chamado de aura. São sinais neurológicos que precedem o início da dor. Tipicamente são pontos brilhantes ou raios luminosos na vista e formigamento em alguma região do corpo que ocorrem antes do início da cefaléia. Às vezes, a aura pode apresentar sintomas como fraqueza muscular, perda parcial da visão e alterações na fala que assustam muito os pacientes por lembrarem um AVC. A diferença está no fato das auras durarem em média apenas 20 minutos e normalmente desaparecerem espontaneamente após o início da dor. Eventualmente alguns sintomas de fraqueza podem demorar mais tempo para desaparecer.

Existem vários subtipos de enxaqueca, mais raros, que podem causar sintomas neurológicos que não se enquadram na definição de aura. São sinais e sintomas muito parecidos com os de um AVC. Muitas vezes só o neurologista consegue diferenciá-los.

A síndrome dos vômitos cíclicos é um quadro raro que ocorre normalmente em pessoas com enxaqueca e se caracteriza por episódios repetidos (3-4x por ano) de crises de vômitos que podem durar de 3 a 6 dias. Às vezes é necessário internar os doentes para controle do quadro e realização de hidratação e correção de distúrbios hidreletrolíticos.

As crises de enxaqueca podem ser desencadeadas por estresse, menstruação, fome, exercícios, anticoncepcionais, perfume, fumaça, refrigerantes ou comidas que contenham nitritos, aspartatos, tiramina ou glutamato.

O diagnóstico é clínico. Exames com ressonância magnética e tomografias computadorizadas só são realizados quando o quadro é atípico e há suspeita de outro diagnóstico.

Não existe cura para migrânea, mas os tratamentos disponíveis hoje em dia são muito eficazes.

2.) CEFALÉIA TENSIONAL

A cefaléia tensional é o tipo de dor de cabeça mais comum na população. Acomete mais mulheres que homens. A classificação mais moderna a subdivide em 3:

Cefaleia tensional infrequente - Menos de 1 episódio por mês
Cefaléia tensional frequente - De 1 a 14 episódios por mês
Cefaleia tensional crônica - mais de 15 episódios por mês

Dor de cabeça - cefaléia tensional
Cefaléia tensional
A apresentação típica é de uma dor de cabeça leve a moderada, não pulsátil, sem outros achados associados, diferentemente da enxaqueca. Pode durar de 30 minutos até 1 semana. A queixa mais comum é de uma dor em aperto por toda a cabeça. Também é muito comum encontrar a musculatura da cabeça, pescoço e ombros tensa e contraída.

Outros sintomas incluem insônia, fadiga, irritabilidade, falta de apetite, dificuldade de concentração.

Estresse é o principal desencadeador das crises.

O tratamento é feito com analgésicos ou anti-inflamatórios. (leia: AÇÃO E EFEITOS COLATERAIS DOS ANTI-INFLAMATÓRIOS)

Como é uma cefaléia que pode ser muito frequente, existe um grupo de pacientes que acaba por abusar nos medicamentos para dor. Esse comportamento pode levar a cefaléia induzida por remédios. Os doentes apresentam cefaléia apesar do uso de analgésicos, sugerindo um quadro de tolerância. Existe uma discussão se os próprios analgésicos podem causar a dor de cabeça. Para evitar essa complicação, pessoas com crises de cefaléia frequentes (independente do tipo) devem ser acompanhadas por um neurologista

3.) CEFALÉIA EM SALVAS

A cefaléia em salvas é a menos frequente e a mais severa dos 3 principais tipos de dor de cabeça primária. Ocorre em ciclos de crises (salvas) que podem durar várias semanas, intercalados por períodos assintomáticos que podem durar meses a anos. É mais comum em homens. Um ataque costuma durar de 30 minutos a 3 horas e ocorrer até 3 vezes por dia.

Dor de cabeça - cefaléia em salvas
Cefaléia em salvas
A dor é tipicamente unilateral e ao contrário da enxaqueca que pode variar de lado, a cafaléia em salvas costuma atacar sempre o mesmo lado. É uma dor de início abrupto, que rapidamente atinge sua maior intensidade, muitas vezes excruciante, localizada em volta de uma dos olhos.

Normalmente está associada a lacrimejamento e vermelhidão do olho acometido. Pode também ocorrer nariz entupido e coriza.

Não existe uma associação clara de fatores precipitantes como na enxaqueca e na tensional. O consumo de álcool e cigarro desencadeia uma crise durante os período de salvas.

Curiosamente é uma cafaléia que responde a administração de oxigênio, além dos analgésicos comuns.

4.) SINAIS DE GRAVIDADE

Como já foi explicado antes, a grande maioria dos episódios de cefaléia são causados por patologias benignas. Mas, mesmo pessoas com história de dor de cabeça crônica ficam assustadas com algumas crises. O medo de todos é que uma doença grave não identificada, como um tumor ou aneurisma, possa ser a causa da cefaléia.

É impraticável realizar tomografias computadorizadas (TC) em todas as pessoas que apresentam dor de cabeça. Em geral, a história clínica e um bom exame físico são suficientes para definir se há ou não necessidade da realização de um exame de imagem.

É importante ter em mente as principais características das cefaléias primárias descritas acima, para não confundi-las com as causas graves.

Os principais sinais de alerta são:

- Início súbito: Cefaléias persistentes, de início abrupto, que atingem sua maior intensidade em alguns segundos, podem indicar rotura de aneurismas ou trombose venosa. É importante lembrar que a cefaléia em salvas pode apresentar essas características, porém, costuma durar poucas horas, possui localização típica e sinais como lacrimejamento e olhos vermelhos. A enxaqueca costuma começar como uma dor leve a moderada e piorar ao longo das horas.

- Pior cefaléia da vida: Quando o paciente refere que o atual quadro é de longe a pior dor de cabeça de sua vida, ou uma cefaléia completamente diferente das que costuma ter, deve-se ter mais atenção com o quadro. Hemorragias e infecções podem ser a causa. Essas queixas em pacientes com câncer, SIDA (AIDS) e imunossuprimidos são particularmente preocupantes.

- Infecções concomitantes : Pacientes que apresentam quadro de sinusite, otite, infecções de pele na face apresentam maior risco de desenvolver abcessos cerebrais e meningite (leia: SINTOMAS DA MENINGITE). Infecções após implantação de piercings podem ser a porta de entrada (leia: PERIGOS E COMPLICAÇÕES DO PIERCING)

- Febre: A presença de cefaléia intensa associado a febre sem causa definida, principalmente se houver rigidez de nuca, indica meningite. É importante lembrar que a febre por si só pode causar dor de cabeça. Não confunda uma gripe com algo mais grave.

- Medicações: Alguns pacientes usam medicamentos como corticóides, que facilitam infecções, e anticoagulantes, que facilitam sangramentos.

- Alteração do estado de consciência: Obviamente, doentes que entram em coma, apresentam crises convulsivas, desorientação súbita ou déficits neurológicos devem procurar imediatamente um serviço de emergência.

- Trauma: Cefaléias que ocorrem após traumatismos devem ser avaliadas com mais cuidado, principalmente em idosos, devido ao risco de hemorragias intracranianas. Algumas pessoas desenvolvem dores de cabeça crônica após um traumatismo do crânio.

- História familiar: Pacientes com parentes de primeiro grau que sofreram rotura de aneurismas, também devem ser avaliados com mais cuidado.

Outros sinais também devem chamar a atenção, como uma cefaléia que acorda o paciente, cefaléia cuja as características não se enquadram em nenhuma da causas primárias, piora da dor aos esforços (lembrar que enxaqueca pode ter essa característica), inicio de dor de cabeça após os 50 anos ou alterações visuais que possam sugerir glaucoma (leia: GLAUCOMA | Sintomas e tratamento)

Não existe um protocolo definido de quando pedir, ou não, uma tomografia computadorizada. Alguns quadros são óbvios, como nas alterações neurológicas, em outros, mais questionáveis. Depende do bom senso do médico e do quadro clínico do paciente. 

ANDREIA CAETANO PIUMHI/MG